segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os adolescentes e a Construção da Identidade Social

A combinação destes dois temas representou um desafio, uma vez que apesar da leitura aturada dos textos disponibilizados pelas professoras, como apoio, e de outros que consultei na net, foi complexo, para mim, articular as ideias e relaciona-las.Demorou tempo e exigiu muita reflexão. A adolescencia é um período na vida do ser humano que é incerto quanto ao seu términus, embora se aceite de forma geralmente pacífica que se inicia com as alterações pubertarias e é uma construção relativamente recente das nossas sociedades modernas. Por sua vez, o conceito de identidade social também não é algo fácil de definir e delimitar, e a ideia de construção dessa identidade social muito menos, porque implica um processo em curso de realidades complexas.

Por isso, foi muito bom poder ler aquilo que os colegas escreviam no fórum e refletir, concordando ou mesmo discordando de algumas coisas, o que tornou mais fácil construir o meu próprio pensamento sobre o assunto e finalmente postar também as minhas conclusões no fórum respetivo.

Além disso, achei por bem retirar alguns excertos dos textos que os colegas postaram nesse mesmo fórum e que focavam aspetos que achei interessantes acerca deste assunto.

Aqui ficam eles:

“Uma das ideias principais dos textos fornecidos está na construção da identidade no período da adolescência.

De facto, é na adolescência que se torna mais evidente a procura da nossa identidade, também por culpa das transformações físicas do corpo, que nos leva a pensar nas celebres perguntas: "Quem sou eu?", "O que faço aqui?", "Para onde vou?", "O que valorizo?". Conforme Erikson (1972) a identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.
Cabe a cada um de nós construir a identidade pessoal com o auxilio de quem nos rodeia, é pois um processo colaborativo. “ Emanuel Silva

“a identidade (Self) é um sistema muito complexo e dinâmico que envolve diferentes crenças que o indivíduo considera verdadeiras em relação a si próprio, sendo que cada crença tem um valor associado…” Ivone Máximo

“Assim, de que forma estes factores poderão perturbar a construção da identidade dos adolescentes? Será que passaremos por uma crise de construção de identidades? Como será a construção da identidade destes jovens com acesso a meios tecnológicos com visões e perspectivas cada vez mais alargadas, mas em contrapartida, sem apoio na sua formação de valores e apoiados no descomprometimento. “ Lisete Lapa

“…penso que a construção da identidade é um processo que se desenrola, independentemente de estarmos numa era tecnológica, embora possa decorrer de modo diferente. Não julgo que estejamos numa época de crise de identidade, pois em todas as épocas de mudança, a construção da identidade acompanha essa mesma mudança.” Clara Pereira

“Na minha opinião, e porque a identidade resulta também das relações que ao longo do tempo vamos estabelecendo com os outros, não podemos afirmar que ela esteja construída no final da adolescência ou até defina o seu final.” Margarida Correia”

“E contextualizando na nossa época, uma época caracterizada pela globalização, pela tecnologia e pelos meios digitais como forma de comunicação e socialização, que atividades podem promover as escola, os pais e sociedade para a construção da identidade?” Vitória Silva

“Importa também dizer que embora o jovem adolescente sinta a necessidade de estar em linha (online), e desta forma contribuir para a construção da sua identidade enquanto nativo digital, o seu espírito de curiosidade em experimentar novas situações, a possibilidade de criar um perfil ideal, onde não existe acne, não se é nem demasiado gordo, nem demasiado magro, nem muito alto, nem muito baixo, todos estes complexos são temporariamente colocados de lado.” Jorge Soares

“Mas será que podemos definir uma fronteira / um marco para a afirmação da identidade? Julgo que não! A construção da identidade ocorre ao longo da vida do indivíduo, está assente numa dinâmica social que é sujeita a relações sociais. E se muitos estudos realizados em escolas, com os mais diversificados grupos de alunos, nos conduzem para outras questões, podemos afirmar que a construção da identidade assenta em percursos diferentes, consoante cada indivíduo, tendo em conta os seus valores, crenças, e objetivos.
...A construção da identidade depende sobretudo das influências hereditárias, do meio social onde o indivíduo se insere e claramente das experiências realizadas ao longo de importantes fases da vida.” Miguel Coelho

“Quando as culturas se tocam ou se sobrepõem, em torno do que cada uma considera o que é bom ou mau, podemos questionar se existem valores universais, comuns a todas as culturas, ou se tomamos por universal os valores de uma cultura que pretende ser a cultura dominante.
Neste sentido e tendo em conta que a web e as redes sociais facilitam e ampliam a comunicação planetária, seria importante aferir se estes meios tendem a hegemonizar uma cultura dominante ou se, por outro lado, promovem a miscelânea de culturas.” Jorge Delmar

"A identidade, segundo Buckingham (2008) é definida por um lado como algo único que nos distingue dos outros, mas por outro lado como algo que nos identifica com os outros, que partilhamos em comum (valores, interesses, cultura). Torna-se difícil encontrarmo-nos a nossa identidade quando há uma maior incerteza e fragamentação.
Cada vez é mais difícil falar de identidade devido:
• à globalização;
• ao declínio do bem estar;
• ao aumento de mobilidade social;
• à maior flexibilidade no emprego;
• à insegurança nas relações pessoais (devido ao fraco comprometimento entre os indivíduos)." Teresa Kuffer


De acordo com a wikipédia o conceito de identidade pessoal é reconhecido como uma parte do conceito próprio do índivíduo que decorre do sentimento de pertença a um grupo social relevante. Henri Tajfel e John C. Turner que desenvolveram a Teoria da Identidade Social introduziram o conceito de identidade social como uma forma de explicar o comportamento de grupo e entre grupos.

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